quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A Lembrança

Manda-me uma lembrança, para que minha esperança viva,
Ou meus turvos pensamentos possam dormir e descansar.
Manda-me algum mel para adoçar a minha colmeia,
Para que na minha paixão o melhor possa esperar
Não peço uma faixa tecida por tuas próprias mãos,
Para enlaçar nossos amores na teia da fantasia
De recém-desflorada juventude; nem anel para dar a medida
Da nossa afeição, igualmente clara e circular,
Pois nossos amores devem encontrar-se com simplicidade;
Não, nem os corais que envolvem o teu pulso,
Entrelaçados juntos, harmoniosamente,
A mostrar o entendimento de nossos pensamentos;
Não, nem o teu retrato, embora muito gracioso,
E ainda mais desejado, porque se atraem os iguais;
Nem versos espirituosos, já por demais copiosos
Nos escritos que me tens enviado.
Não me envies qualquer coisa para aumentar os meus bens
Mas jura que acreditas que te amo, e nada mais.

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