sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O ANOITECER DA VIDA

A gente vai seguindo passo a passo,
Pelo alvorecer da existência,
E, cegado pelos sonhos, não percebe
Que o sol das energias vai descendo
No horizonte dos dias que se foram.
Quando despertamos à realidade,
O entardecer vem chegando,
As cores vão ficando menos vivas,
E o caminho torna-se menos fácil com as pedras
Das responsabilidades assumidas.
Nossos passos já não são tão firmes na luta,
O rosto vai vincando-se com as preocupações
E a vista já não alcança, com nitidez,
As longas distâncias almejadas.
Nossos sonhos se banham na incerteza,
Do "pode ou não" se realizarem.
Os filhos já crescidos,
Os netos chegando
E a luta se intensificando.
Nossas quimeras transformaram-se em inquietações
E essas inquietações aceleram nossos passos
Em direção à noite que vem se aproximando.
Ficamos apavorados sem o brilho do sol,
Pensando na solidão que poderá surgir,
Com o distanciar daqueles que nos cercam,
Para buscarem seus rumos.
Por que sofrermos, se a noite também traz tantas belezas?
Por que, se as estrelas da nossa experiência
Podem evitar a queda de muitos
Que ainda se banham à luz do sol?
Se o luar da nossa vivência pode ser visto
Por aqueles que ainda não conhecem o inevitável chegar do fim do dia?
Não há o que temermos:
Se dispensamos a nossa atenção á outros,
Não conheceremos a solidão;
E se soubemos amar a todos,
Jamais deixaremos de ser amados.
Ninguém deve temer o anoitecer da existência,
Se, no decorrer da vida, conseguiu adquirir a lanterna da compreensão e da fé,
Para vencer a escuridão do envelhecer,
CONSCIENTE DE QUE VAI CHEGAR AO "FIM - REINÍCIO" SEM SE PERDER NO CAMINHO.

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