sábado, 20 de junho de 2009

Inteligência emocional - Empatia

Empatia

É hora de recreio no Jardim de Infância, e um grupo de meninos está correndo no pátio.
Vários tropeçam, um deles machuca o joelho e começa
a chorar.
Todos os outros continuam brincando, sem lhe
prestar atenção..., exceto Roger.
Roger pára perto dele, o observa, espera que ele
se acalme um pouco, depois se agacha, esfrega a mãozinha no próprio joelho e comenta, com uma tonalidade de voz compreensiva e conciliadora:
"olha só, eu também estou machucado!"
Esta cena está sendo observada por uma equipe de pesquisadores, dirigida por Tomas Hatch e Howard Gardner, em uma escola norte-americana.
Pelo que parece, Roger demonstra uma extraordinária habilidade em reconhecer os sentimentos de seus coleguinhas de escola, e estabelecer um rápido
e amistoso contato com eles.
Foi o único que se deu conta do estado e do sofrimento
de seu companheirinho, como também foi o único
que tratou de consolá-lo, ainda que só tivesse,
para lhe oferecer, a própria dor: um gesto que
denota uma habilidade especial nas relações
humanas, o qual, no caso de um pré-escolar,
supõe a presença de um conjunto de qualidades
que irão florescendo ao longo de sua vida.
Ao término do estudo sobre o comportamento
infantil na escola, esses pesquisadores propuseram
uma série de habilidades que refletem o talento
social de uma pessoa:
- Capacidade de liderança, isto é, de mobilizar e coordenar os esforços de um grupo de pessoas.
Trata-se de uma capacidade que já desponta no
pátio da escola, quando, no recreio, aparece um
menino ou uma menina - sempre haverá um
ou outra - que decide qual vai ser a brincadeira,
de que é que vão brincar, e como; e acaba sendo logo reconhecido (a) por todos como líder do grupo.
- Capacidade de negociar soluções, ou seja, de ser
um moderador entre as pessoas, para evitar o
surgimento de conflitos ou para solucionar
os já existentes.
São aquelas crianças - também haverá sempre - que costumam resolver as pequenas disputas que
ocorrem no pátio de recreio.
- Capacidade de estabelecer contatos pessoais,
isto é, de dominar a sutil arte das relações humanas,
o que requer amizade, amor ou trabalho de equipe.
Trata-se da habilidade que acabamos de assinalar
em Roger:
crianças que sabem conviver bem com todos, que
sabem reconhecer o estado emocional dos demais
e que, por isso, costumam ser muito estimadas
pelos seus colegas.
- Capacidade de análise social, isto é, de detectar
e intuir os sentimentos, motivações e interesses das pessoas.
São as crianças que desde logo se situam em
relação ao modo de ser dos demais colegas
ou professores, revelando uma extraordinária
percepção.
O conjunto dessas habilidades - que, insistimos,
são ao mesmo tempo inatas e adquiridas - constitui
a matéria-prima da inteligência interpessoal, e
é o ingrediente fundamental da atração, do
sucesso social e do carisma pessoal.
Habilidades que conduzem a uma indubitável
vantagem na vida familiar, nas relações de
amizade, no ambiente de trabalho e em muitos
outros âmbitos da existência.
Como constatou Daniel Goleman, essas pessoas socialmente inteligentes sabem controlar a manifestação de suas emoções, convivem mais
facilmente com os demais, captam imediatamente
suas reações e sentimentos, e graças a isso são
capazes de redirecionar ou de solucionar os
conflitos que sempre surgem em qualquer
interação humana.
Muitas delas são, inclusive, líderes naturais, que
sabem expressar os sentimentos coletivos
latentes e conduzir um grupo ao sucesso de
seus objetivos.
Trata-se do tipo de pessoas com as quais todos
querem conviver, porque trazem sempre colaborações construtivas e transmitem bom humor e
sentido positivo.

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