Em muitas ocasiões, especialmente quando se te agravam as situações
difíceis, perguntas a esmo como conquistar serenidade, de maneira a
varar os percalços do dia-a-dia.
Imagina-te no lugar daqueles que se te fazem motivos de irritação e
examina-te um tanto mais.
Se, em teu grupo de trabalho desempenhasses a função do chefe,
atormentado de problemas e conflitos, estarias talvez em mais duras
condições de intemperança mental, quando isso acaso acontecesse.
Caso te visses na posição do subalterno, faceando, à vezes , amargos
dramas domésticos, é provável evidenciasses mais lentidão no serviço a
fazer, quando isso viesse a suceder.
Considerando a possibilidade de seres o doente que te incomoda, quando
isso se verifique, decerto não te reconhecerias com menos intolerância
diante do sofrimento.
Na hipótese de haveres sofrido as longas tentações da criatura julgada
em erro, é possível houvesse descido a mais baixo nível.
Se te notasses na posição enfermiça da pessoa que te ofendeu, ignoras
se não terias ferido alguém com mais ímpeto.
Analisemo-nos, através das lentas da introspecção e
reconhecer-nos-emos imensamente distantes da condição dos anjos. Isso
nos ensinará que os companheiros com os quais convivemos nem sempre
conseguirão apresentar, por enquanto, qualidades que ainda não
possuímos e raciocínios mais profundos nos farão sentir a necessidade
de calma e tolerância, de uns pra com os outros, em todos os momentos
inquietantes da vida.
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