quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

PERFIL DO OTIMISMO

Quando as andorinhas, bailarinas ligeiras, dançam no ar, coloridas
pelos últimos raios do sol poente, o suave calor da primavera anuncia
a chegada alegre das flores e da renovação da vida.
Arrebentam-se as fendas dos velhos muros e morros cansados, deixando
que os vegetais surjam em variado verdor e os campos largos se exibam
com matizados em festa inigualável.
As mãos mágicas do Celeste Pintor saem derramando tintas e perfumes
embriagadores em todo lugar, confirmando seu inefável amor pelas Suas
criaturas.
Os córregos cantam com as águas apressadas e as cachoeiras arrebentam
cristais nas pedras resignadas, que os recebem felizes.
Há uma revolução geral, e os dias frios partem, deixando as lembranças
tristes sepultadas sem saudades.
Revoadas de aves alegres, incessantemente, bordam os céus com imagens
sucessivas de beleza incomum.
A primavera é o otimismo da natureza cantando o poema da estesia de Deus.
Enquanto se repita, a aliança de amor permanece entre o homem
descuidado e seu Pai zeloso, sustentando a esperança.
Apesar disso, muitas criaturas desanimadas, deixam de fitar a
claridade do dia primaveril, mergulhadas na noite das suas paixões.
Preferem olhar o chão onde permanece o lodo, a contemplar o alto onde
fulguram as estrelas. Por isso, tornam-se torpes, amarguradas,
perturbadoras.
A vida humana, qual ocorre com a da natureza, passa por quadras
variadas que se sucedem em ordem de grandeza, servindo uma de base à
outra, indispensáveis à harmonia de conjunto.
A noite, que convida ao repouso, enseja a reflexão para o dia, que
propicia a ação.
O inverno, que parece destruidor, também enseja a preservação da
energia, que estrugirá em vida na primavera.
A criatura humana é o mais grandioso investimento de Deus, na Terra, e
ser otimista quanto ao futuro, mesmo que haja dificuldades no
presente, é o mínimo que lhe cabe, como afirmação da sua realidade e
gratidão ao seu Genitor.
Quem pretende conservar tristeza no coração, encontrará sempre motivos
falsos para sustentá-la, acalentando a queixa, cultivando a desdita e
nutrindo-se da insatisfação.
O otimismo é gerador de adrenalina emocional, que estimula o sangue,
impulsionando ao avanço, à alegria fomentadora da ação.
Cultivando-o nos sentimentos, adquire-se visão para penetrar o lado
oculto ou sombrio das ocorrências e entusiasmo para não desfalecer
ante os primeiros insucessos da marcha, prelúdios das vitórias futuras.
Quem não possui capacidade para sustentar com valor os embates
malogrados, não tem condições para viver as grandes e decisórias
batalhas.
Nos céus dos que amam e confiam em Deus com otimismo, sempre haverá
andorinhas bailando em prenúncio de gloriosas primaveras.
***
"O homem deve impor-se a tarefa de abrir janelas de otimismo nas salas
onde dominam tristezas e arejar esconderijos pestilenciais de
pessimismo mediante o aroma da esperança".

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