terça-feira, 9 de setembro de 2008

NATIVIDADE DE MARIA !

A Igreja celebra a festa da Natividade da Virgem Santa Maria, ou seja a festa do seu aniversário natalício, no dia 8 de Setembro.

Apesar da importância deste acontecimento, nada se sabe pelos Evangelhos, a respeito do Nascimento de Maria; nem onde nem quando.

Apenas sabemos por S. Mateus que ela nasceu para ser a mãe de Jesus :

- “Maria, da qual nasceu Jesus”. (Mt.1,16).

A ausência de dados a respeito do Nascimento de Maria, fez com que o nosso P. António Vieira escrevesse num do seus belos sermões :

- "Se eu licitamente me pudesse queixar do Evangelho, neste dia me queixaria, e cuido que com razão. Cala nele o Evangelho três coisas não pequenas, que deveria dizer, e diz só uma, posto que grande, que devera calar".

O que deveria dizer, era o lugar onde nasceu, quando nasceu e quem eram os seus pais.

O que deveria calar era exactamente que "de Maria nasceu Jesus":

- "Se o Evangelista cala o mundo, se cala o donde, e se cala o de quem nasceu, porque diz o para quê ?"

A vinda do Filho de Deus à terra foi preparada, pouco a pouco, ao longo dos séculos, através de pessoas e acontecimentos.

Entre as pessoas, escolhidas por Deus para colaborarem no Seu projecto de salvação, houve uma, à qual foi confiada uma missão única : Maria, chamada a ser a mãe do Salvador e cumulada, por isso, de todas as graças necessárias ao cumprimento dessa missão.

O Nascimento de Maria foi, portanto, motivo de esperança para o mundo inteiro: anunciava já o Nascimento de Jesus.

Era a autora da salvação a despontar : "Ela vem ao mundo e com Ela o mundo é renovado. Ela nasce e a Igreja reveste-se da sua beleza."(Liturgia bizantina).

- “Quereis saber quão feliz, quão alto e quão digno de ser festejado o Nascimento de Maria?

- Vede para que nasceu.

- Nasceu para que d'Ela nascesse Deus... "da qual nasceu Jesus...".



ANA E JOAQUIM (Pais de Maria)



Não consta dos Livros canónicos, mas apenas dos Livros Apócrifos que não são reconhecidos pela Igreja como canónicos e, portanto, não constam da Bíblia católica.

Mas sendo eles dos primeiros séculos da Igreja, reflectem-lhes tradições e pensamentos.

Alguns dos seus relatos, na aparência apenas fantasiosos, revelam todavia, a um exame profundo, significados importantes e precisas motivações doutrinais.

No século XVI foi descoberto no Oriente um texto a que foi dado muito crédito e, portanto, recebido com entusiasmo, nessa data, como sendo o Protoevangelho de Tiago.

Mais tarde não se acreditou na sua autenticidade, por parecer que era demasiado católico.

Mas, em 1958, com a publicação do papiro catalogado como Bodmer V, resultou que o texto descoberto em 1500 era realmente antigo, mas já fora conhecido de S. Justino, (martirizado em 165) e por outros escritores cristãos da época.

Só o que não estava certo era o título que se julgava ser Protoevangelho de Tiago quando afinal era o de Natividade de Maria.

Ora consta desse escrito Apócrifo que as ofertas de Joaquim no Templo não eram aceites por ele não ter descendência em Israel.

Joaquim entristeceu-se e retirou-se para o deserto para orar e jejuar.

Ao fim de algum tempo um anjo disse a Joaquim :

- "O Senhor escutou a tua insistente oração. Desce daqui, Ana, tua mulher conceberá no seu ventre."

Por seu lado Ana, erguia duas lamentações e prorrompia em dois prantos, dizendo :

-"Chorarei a minha viuvez e lamentarei a minha esterilidade".

Olhando fixamente para o céu viu no loureiro um ninho de pássaros e compôs para si esta lamentação :

- “Ai de mim!

A quem me assemelho eu afinal ?

Não me assemelho às aves do céu,

Pois as aves do céu são fecundas diante de Ti, Senhor!

Ai de mim !

A quem me assemelho eu, afinal ?

Não me assemelho aos animais terrestres

Pois também os animais terrestres

São fecundos diante de Ti, Senhor.

Ai de mim l

A quem me assemelho eu, afinal ?

Não me assemelho a estas águas

Pois estas águas

São fecundas diante de Ti, Senhor.

Ai de mim !

A quem me assemelho eu, afinal” ?...

Mas eis que o Senhor atendeu as suas preces : nasceu-lhe uma filhinha e ela chamou-lhe Maria, e depois consagrou-a ao Senhor».



Esta é a história de Joaquim e Ana, contada pelos Livros Apócrifos.

Segundo algumas opiniões, colhidas na Internet, Ana era filha de Mathan, um sacerdote que vivia em Belém, e tinha outras duas irmãs, Sobe que foi mãe de Santa Isabel e Maria, mãe de Salomé, daí os parentescos de Maria, mãe de Jesus, com Santa Isabel e com Salomé.

A festa de Santa Ana é em 26 de Julho.

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