Há pessoas que gostam das coisas organizadas, nos seus devidos
lugares, bem limpinhas, se possível acondicionadas esmeradamente. Outros
procuram conservar os livros devidamente ordenados na estante, por ordem
alfabética de títulos ou de autores. Outros, ainda, colecionam recortes de
jornais e revistas de páginas antológicas, de curiosidades, de pensamentos
e de assuntos que despertem interesse etc.
Tudo isso é bom e pode ser útil na feitura de artigos e até de livros, mas
também devemos ser organizados no sentido de estabelecermos normas
sobre como eliminarmos nossos vícios, fraquezas, defeitos, maus hábitos etc.
Um amigo nosso disse que está se esforçando para cumprir um
compromisso assumido consigo mesmo. Ele relacionou alguns maus hábitos
e vai se esforçar para eliminá-los, um a um, paulatinamente. O primeiro a ser
combatido, disse ele, é o “palavrão”, porque é o mais feio, mormente se ele
for proferido quando estiver alguma senhora presente. Toda vez que,
involuntariamente, escapa um palavrão, ele repete mentalmente a seguinte
frase: “Não direi mais essa palavra, devo esquecê-la, porque é
desaconselhável!”
É evidente que esse é o primeiro exercício de aperfeiçoamento moral,
até atingir o ponto em que mesmo sendo agredidos verbal ou fisicamente,
possamos nos manter imperturbáveis, sem revida por palavras ou atos.
Nesta lição tão difícil, devemos ter um modelo em mente, e o que o nosso
amigo escolheu foi o seguinte: Certo dia Francisco de Assis, como
fazia sempre, angariava alimentos e roupas para as crianças que ele mantinha
numa casa para esse fim, quando ao bater palmas na frente de uma bela
mansão alguém sai enraivecido e pergunta: “Que queres?” Francisco pede-lhe
alguma coisa para as suas criancinhas. O irritadiço senhor dá-lhe um bofetão
e diz: “Aí tens o que precisas”! Francisco responde: “ — Para mim já recebi,
mas será que o senhor não tem alguma coisa para as minhas criancinhas?”
Mas, disse com tanta bondade e ternuras, que o feroz agressor, pediu-lhe
perdão e entregou-lhe vultosa quantia em dinheiro.
Temos aí um dos mais belos exemplos do poder do amor, quando
ele é realmente vivido pelos que alcançaram a condição angelical. E é
natural que ele, o santo de Assis, também começou eliminando aos
poucos os vícios físicos e psíquicos.
sábado, 27 de setembro de 2008
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