sábado, 27 de setembro de 2008

COMO EVOLUIR

Há pessoas que gostam das coisas organizadas, nos seus devidos

lugares, bem limpinhas, se possível acondicionadas esmeradamente. Outros

procuram conservar os livros devidamente ordenados na estante, por ordem

alfabética de títulos ou de autores. Outros, ainda, colecionam recortes de

jornais e revistas de páginas antológicas, de curiosidades, de pensamentos

e de assuntos que despertem interesse etc.

Tudo isso é bom e pode ser útil na feitura de artigos e até de livros, mas

também devemos ser organizados no sentido de estabelecermos normas

sobre como eliminarmos nossos vícios, fraquezas, defeitos, maus hábitos etc.

Um amigo nosso disse que está se esforçando para cumprir um

compromisso assumido consigo mesmo. Ele relacionou alguns maus hábitos

e vai se esforçar para eliminá-los, um a um, paulatinamente. O primeiro a ser

combatido, disse ele, é o “palavrão”, porque é o mais feio, mormente se ele

for proferido quando estiver alguma senhora presente. Toda vez que,

involuntariamente, escapa um palavrão, ele repete mentalmente a seguinte

frase: “Não direi mais essa palavra, devo esquecê-la, porque é

desaconselhável!”

É evidente que esse é o primeiro exercício de aperfeiçoamento moral,

até atingir o ponto em que mesmo sendo agredidos verbal ou fisicamente,

possamos nos manter imperturbáveis, sem revida por palavras ou atos.

Nesta lição tão difícil, devemos ter um modelo em mente, e o que o nosso

amigo escolheu foi o seguinte: Certo dia Francisco de Assis, como

fazia sempre, angariava alimentos e roupas para as crianças que ele mantinha

numa casa para esse fim, quando ao bater palmas na frente de uma bela

mansão alguém sai enraivecido e pergunta: “Que queres?” Francisco pede-lhe

alguma coisa para as suas criancinhas. O irritadiço senhor dá-lhe um bofetão

e diz: “Aí tens o que precisas”! Francisco responde: “ — Para mim já recebi,

mas será que o senhor não tem alguma coisa para as minhas criancinhas?”

Mas, disse com tanta bondade e ternuras, que o feroz agressor, pediu-lhe

perdão e entregou-lhe vultosa quantia em dinheiro.

Temos aí um dos mais belos exemplos do poder do amor, quando

ele é realmente vivido pelos que alcançaram a condição angelical. E é

natural que ele, o santo de Assis, também começou eliminando aos

poucos os vícios físicos e psíquicos.

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