sexta-feira, 17 de outubro de 2008

AUTORIDADE

O desejo de ocupar posições de destaque e relevância é bastante comum.

A vida dos poderosos do mundo costuma ser idealizada pelas multidões.

Eles aparecem ricamente trajados, em festas ou em situações de regalo e desfrute.

Quem leva uma vida modesta e obscura, não raro, almeja trocar de lugar com essas importantes figuras.

Muitos se inquietam e desgastam com sonhos de grandeza.

Quando comparam as suas vidas com as de alguns outros, ficam amargurados e tristes.

Chegam a se achar injustiçados pela Divindade, haja vista a escassez de suas posses.

Mas opulência e modicidade de recursos refletem apenas diferentes formas de aprendizado.

A vida modesta tem grande valor, se levada a efeito com dignidade e sem murmurações.

Ela viabiliza a correção de graves vícios espirituais, como vaidade e apego a bens materiais.

Não se trata de fazer apologia da miséria como estado ideal.

A miséria é uma chaga social que deve ser extirpada, mediante educação e oferta de oportunidades aos que a sofrem.

Mas entre a miséria e a opulência há uma miríade de situações intermediárias.

Nem todos podem ser ricos e poderosos ao mesmo tempo.

Por isso, as posições sociais e econômicas se alternam ao longo das encarnações.

Com respeito aos talentos e às inclinações de cada um, todos são chamados a viver as mais variadas situações.

O relevante é ser digno, operoso e solidário, qualquer que seja a própria realidade.

A vida dos poderosos, muitas vezes, nada tem de invejável.

Sob a aparência de brilho e abastança, jazem pesadas responsabilidades.

Elas são tão mais pesadas porque guardam o condão de influenciar a vida de incontáveis pessoas.

O detentor de autoridade, da espécie que seja, sempre terá de dar contas do uso que dela fez.

Ela nunca é conferida por Deus para satisfazer ao fútil prazer de mandar.

Não é direito e nem propriedade, mas uma importante e perigosa missão.

O poderoso tem almas a seu cargo e responderá pela boa ou má diretriz que der aos seus subordinados.

Após o término da tarefa, ele será confrontado com a própria consciência.

Analisará os recursos de que dispunha e o uso que deles fez.

Então, verificará se evitou todos os males que podia.

Pensará se fez todo o bem que lhe era possível.

Vislumbrará o resultado de sua influência junto a inúmeros que dele dependiam ou nele se espelharam.

Bem se vê que a autoridade não deve ser levianamente buscada.

Se a vida o projetou a posições de relevo, seja digno e faça o seu melhor, para não se arrepender amargamente.

Mas se a sua vida é modesta, não se amargure.

Tudo vem a seu tempo e é melhor ser digno no pouco do que indigno e desgraçado no muito.

Pense nisso.

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