quarta-feira, 15 de outubro de 2008

CONFISSÕES DE SETEMBRO

Ternura dos anjos, torcendo nuvens,

brincando de fazer chover.

Com poder vem trazer colorido,

na tintura derramada,

alma lavada a florescer.



Travessuras dos meninos

fechando o guarda-chuva,

encharcando roupa pouca,

vida solta,

livre a correr.



Eu mesmo quis sujar meus pés na lama

qual criança em pouca idade.

Me vejo então mergulhado

na lição da tempestade,

rosto puro ensinando a ser feliz.



E agosto ficou logo ali,

em pouco mais que ontem

na desordem do tempo apagou a luz.

Em esboço, faz a mente retroceder,

na sombra, dançante,

chama da vela em desalento do dia

moldando em prismas, carisma

buscado em Deus.



Travessia da menina dos olhos,

na embaçada vidraça,

me abraça paz

em tarde entristecida.

Faz-se vida lentamente,

alcançando a primavera,

chuva calma

na janela do apreciar.

Canta anjo, doce canção...



Ouço a voz inocente,

beijo de puros lábios.


Nessa hora abriu-se asas

em condenado vôo,

em um dia qualquer de outrora,

falou baixinho adormecendo,

revelando segredos

nas confissões setembro.

Sem comentários: