terça-feira, 7 de outubro de 2008

A TERRA

Encerrávamos a nossa reunião da noite de 2 de fevereiro de 1956, quando o nosso amigo espiritual José Xavier, ocupando o canal psicofônico, falou-nos, fraternal:

— “Entre as sociedades mais avançadas dos tempos modernos, é hábito consagrar determinados dias do ano a personalidades e instituições que enriquecem a vida. Temos, por exemplo, o Dia das Mães, o Dia dos Pais, o Dia dos Professores, o Dia do Trabalho, o Dia do Comércio...

Apreciando essas homenagens justas, por que não estabelecermos o Dia da Terra, em que todos os espíritos encarnados dediquem algum tempo a proteger um manancial, a plantar uma árvore benfeitora, a socorrer um jardim, a reparar uma estrada ou a curar uma chaga de erosão na gleba produtiva?

Assim o entende o nosso companheiro Amaral Ornelas, que nos pede alguns instantes de silêncio para trazer ao nosso grupo o seu pensamento de amor à nossa grande escola, a nossa Terra Mãe!...

Consagremos, assim, alguns minutos à quietude mental e à oração, de modo a cooperar com o nosso amigo presente.”

Com efeito, daí a momentos, o grande poeta desencarnado, utilizando-se do médium, pronunciou o belo soneto que vamos ler.



Agradece, cantando, a Terra que te abriga.

Ela é o seio de amor que te acolheu criança,

O berço que te trouxe a primeira esperança,

O campo, o monte, o vale, o solo e a fonte amiga...



Do seu colo desponta a generosa espiga,

Que te farta o celeiro e te rege a abastança,

Dela surge, divino, o lar que te descansa

A mente atribulada entre o sonho e a fadiga.



Louva-lhe a própria dor amarga, escura e vasta,

E exalta-lhe o grilhão que te encadeia e arrasta,

Constringindo-te o peito atormentado e aflito.



Bendize-lhe as lições na carne humilde e santa...

A Terra é a Grande Mãe que te ampara e levanta

Das trevas abismais para os sóis do Infinito!...

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