segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A VIDA QUE EU SONHO VER

Eu sonho com uma vida
onde as pessoas sejam elas mesmas,
reais e verdadeiras em todas as suas relações
presentes e inteiras em todas as situações
sem a angústia de serem, em segredo,
o oposto do que mostram ao mundo exterior

Eu sonho com um tempo de liberdade
onde as diferenças sejam celebradas - e não reprimidas
e as paixões estimuladas - em vez de negadas e proibidas,
e todos vivam livremente as suas fantasias
e possam realizar todos os seus desejos à luz do dia
sem terem nunca mais de se refugiar na clandestinidade
para viver do modo em que acreditam de verdade

Eu sonho com gente feliz, sem máscaras nem culpa,
vivendo a vida como ela é, sem ter que pedir desculpa,
ou se justificar para ser o que se é e se manifestar no mundo,
viver, crescer, criar, descobrir, participar,
pensar, sentir, fazer, ouvir, falar,
tentar, errar, perder, ganhar, receber, doar,
brigar, reatar, compreender, conviver, competir, cooperar

Eu sonho com um mundo
em que todo mundo possa amar
sem ter que se envergonhar

Um mundo de paz e plenitude
de afirmação do ato e da atitude
na síntese perfeita e definitiva do ator e do personagem,
finalmente libertados pelo amor
do terrível vazio interior
da solidão da viagem sem companhia

Eu sonho com a alegria
de pessoas inteiras abraçando pessoas inteiras
falando dos seus maiores fantasmas
como se fossem – e são! – apenas brincadeiras
todos curados da imensa ferida que o medo,
por séculos e séculos de repressão e drama,
escavou tão fundo na alma humana.

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