sábado, 1 de dezembro de 2007

Leituras inacabadas

Há músicas no ar
Que ressoam com cheiro de morte
O assunto é delicado, a letra... dolorida
Capaz de vergar cabos ainda vivos das flores
Há os que removem vasos dos umbrais
Apesar de certos arranjos serem agradáveis
A Natureza atrai e adapta tal capacidade
Ao lado das portas gemidos de pesar sem prazer
Nos dias em que se permitem leituras inacabadas
Vai que magnólias se transformam em lírios
A acuidade dos ouvidos?! Tem suficiente preparo...
Nos dias em que se ama e odeia o nada
Frases expelem da boca farpas na hora da poda
Ser a erva medicinal, não ser o cutelo nem a cicatriz
Entro e saio dos livros... a sorrir com os desvios
Sei que algumas linhas lidas seriam um dos moldes
Tanto serve para ela ele ou você que sabe como se lê
Remendo páginas da vida com poemas
Se há músicas no ar
Que explodem com cheiro de morte
Melhor enfrentar o fantasma e recomeçar

Cerro os olhos e aplaudo o nascer dos brotos na janela

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