quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O quadro real

Enquanto roubas as cores crepusculares,

sento à margem do rio, revivendo trajetos,

palmilhados no pulsar das horas circulares,

sentinelas acesas no redemoinho dos afetos.





Com a gama de cores pintaste o teu quadro,

usando as tintas dos sonhares idealizados.

Soubeste manusear com mestria o esquadro,

a cada ângulo do esboço,igual ao planejado.





Com a sabedoria que a vida te concedeu,

por tanto tempo aprendiz, mestre agora,

agregaste tesouros que a natureza ofereceu

nesta obra, onde o real ao ideal se incorpora.





Quanto a mim, roubei apenas o calor do sol,

e com ele aqueci o frio da alma que chorou,

pelo arrastar das folhas secas no arrebol,

quando no outono da vida, meu sonho acabou.

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