quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Rainha das flores

A perdição da carne é dura
Caminho de pedra
Palavras de gelo

Você me ensinou
Que para sofrer
Basta viver

A madeira é leve
Mas os doze mandamentos
Foram escritos na pedra

O homem não é a dádiva da natureza
A orquídea e o milho podem ser
A calota polar com certeza

Vento sopre agora um pensamento
Dentro do tórax reina a confusão
O coração esta na torre alta

Não posso lhe deixar nada
Nem uma vírgula
O assunto é perene

Queria esfregar as pétalas desta flor
Na sua pele de mulher
Deixar impresso um perfume macho

Não compreendo
As coisas belas do mundo
Nem entendo as preliminares do sexo

Ando a lamentar
O que perdi um dia
Num jogo de cartas

Queria ter tempo
Para dissecar as idéias
Expor as dúvidas na rocha do saber

A perdição da carne é dura
Caminho de pedra
Palavras de gelo

Numa batalha
Os cascos dos cavalos
Ameaçam a infantaria

Falam com trompas
Galopes e lanças
Não interrompa a cruzada

Diz a areia
Que os pés são tolos
Como cães seguem os donos

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