terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A Felicidade

Um dia, perguntei ao Dr. Bezerra de Menezes, qual foi a sua maior
felicidade quando chegou ao plano espiritual. Ele respondeu-me:

— A minha maior felicidade, meu filho, foi quando Celina, a
mensageira
de Maria Santíssima, se aproximou do leito em que eu ainda estava
dormindo, e, tocando-me, falou, suavemente:

— Bezerra, acorde, Bezerra!
Abri os olhos e vi-a, bela e radiosa.

— Minha filha, é você, Celina?!

— Sim, sou eu, meu amigo. A Mãe de Jesus pediu-me que lhe
dissesse
que
você já se encontra na Vida Maior, havendo atravessado a porta da
imortalidade. Agora, Bezerra, desperte feliz.
Chegaram os meus familiares, os companheiros queridos das hostes
espíritas que me vinham saudar. Mas, eu ouvia um murmúrio, que me
parecia vir de fora. Então, Celina, me disse:

— Venha ver, Bezerra.
Ajudando-me a erguer-me do leito, amparou-me até uma sacada, e eu vi,
meu filho, uma multidão que me acenava, com ternura e lágrimas nos
olhos.

— Quem são, Celina? — perguntei-lhe — não conheço a
ninguém.
Quem são?

— São aqueles a quem você consolou, sem nunca
perguntar-lhes
o
nome. São aqueles Espíritos atormentados, que chegaram às sessões
mediúnicas e a sua palavra caiu sobre eles como um bálsamo numa
ferida
em chaga viva; são os esquecidos da terra, os destroçados do mundo, a
quem você estimulou e guiou. São eles, que o vêm saudar no pórtico da
eternidade...

E o Dr. Bezerra concluiu:

— A felicidade sem lindes existe, meu filho, como decorrência
do bem
que fazemos, das lágrimas que enxugamos, das palavras que semeamos no
caminho, para atapetar a senda que um dia percorreremos.

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