[.....] No fim do século XIX, os tecnicistas e os futuros tecnólogos, bradavam diante da filosofia que se tornava materialista, por uma religião sem dogmas: “— Dêem-nos uma religião sem dogmas” — Dêem-nos uma religião sem dogmas” —, pediam aflitos.
Solicitavam os pesquisadores da ciência uma religião científica que pudesse resistir a todo tipo de suspeita racional e, suportando o bisturi que lhe penetrasse as entranhas e o cerne, comprovasse as suas realidades legítimas fora do campo da fé de natureza ancestral.
Surgiu o Espiritismo, que se fundamenta na observância dos fatos, na experiência de laboratório e os filósofos, de um lado, bradavam pela necessidade de se criarem escolas de indagação e de sofisma, a fim de que a doutrina nova possa contrapor-se à argumentação que seja elaborada, enquanto os cientistas pedem mais fatos, fatos que provem os fatos observados, estabelecendo uma cadeia de natureza matemática capaz de afirmar, pela repetibilidade, essa realidade de natureza parafísica, e todos se olvidam dos fenômenos comezinhos que são obrigados a sentir e a viver, no cotidiano de sua existência.
Os que ainda não atravessaram a porta da morte aceitam sem discussão a inevitabilidade do fenômeno da própria morte.
Todos somos criaturas constrangidas a uma fé natural, pela necessidade do envoltório carnal que nos impõe a aceitação de mil questões sem exame nem comprovação, já que nem tudo aquilo em que dizemos crer foi necessariamente observado e estudado por nós.[...]
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