Ontem, em meu passado, os dias não amanheciam felizes e nem o sol e nem os pássaros me alegravam o despertar...
Problemas infinitos haviam tisnado minha alegria de viver e julgo mesmo que se não fosse uma interferência Maior sobre meus desejos, teria abandonado tudo e - eu sei a verdade de minha alma! - desertado deste mundo pela porta do suicídio infame, por não suportar, quase, os sofrimentos em que me vi mergulhado!...
Ah, tempos sem paz e sem harmonia estes por que passei!
Tempos de perder, de abrir mão e renunciar; tempos de ver partindo afetos, de saber distantes os sonhos felizes, tempo de abaixar os olhos, tempo de chorar...
Meu coração sentia frio e minhas mãos estavam sozinhas, sem outras mãos para tocá-las mesmo que displicentemente.
O vento gélido da provação se abateu sobre mim e tudo o que eu tinha; provocou desordem e desconforto sem que eu encontrasse portas ou janelas para cerrar; por todos os lados, desespero, pranto e inconformação!...
Vaguei trôpego pelas ruas de minha angústia, procurando consolo junto a corações que não me ouviram por se encontrarem absortos em problemas diversos, ou por estarem mergulhados também em tristezas semelhantes...
Tentei falar de mim mas as pessoas queriam apenas falar de si mesmas.
Estendi as mãos e interpretaram erradamente o meu gesto.
Quis amor, e me deitaram ironias.
Chorei, e me desprezaram.
Pedi socorro e me deixaram sozinho...
Então me fechei em mim mesmo, qual flor ferida, e deixei que a vida passasse por mim, ignorando-a para não vivê-la.
Abstraindo-me, pensei preservar meus dias e minhas noites e nunca mais sentiria necessidade de afeto, de segurança e de atenção.
Nunca mais despertaria infeliz e com medo...
Quanto tempo permaneci assim, fechado em mim mesmo, com medo de tornar a sofrer? Por quanto tempo deixei de viver verdadeiramente?
Um dia porém a manhã raiou diferente. Na luz e no calor do sol brotavam notas de melodia cariciosa, música a despertar-me a alma e tão suavemente, que só me dei conta do encantamento em mergulhei quando já não queria, de forma alguma, libertar-te dele!...
A brisa balouçava as folhas das árvores e as flores - jóias naturais a colorir os jardins da Terra -, impregnavam-na com sua doce e inebriante fragrância.
Energias poderosas e renovadoras banharam-me repentinamente o coração e eu sorri, pela primeira vez, depois de muito tempo!
Veio a noite a lágrimas não retornaram. Adormeci feliz e meus sonhos foram calmos e suaves e meu amanhecer novamente foi radioso.
Um doce milagre acontecera...
Meus passos, depois desse dia, tornaram-se firmes e seguros e senti que já não precisava de auxílio, mas que estava apto a auxiliar.
Parei para ouvir e prestar consolo a todos quanto o solicitaram...
Estendi as mãos para tocar, doar e amparar.
Socorri almas que me olhavam súplices, a pedir ajuda mesmo que silenciosamente.
Passei a amar mais aos outros que a mim mesmo e nunca mais chorei.
Então me abri outra vez ao mundo qual vigorosa flor e perfumei os ares com a fragrância de minha felicidade, saudando agradecido e renovado a força que me reergueu do abismo da morte para a verdadeira vida!...
Esta força, hoje sei proveio de alguém muito especial.
Este alguém é Tu, meu Deus!
Obrigado por cuidar de mim!...
Assim seja!
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