quinta-feira, 25 de outubro de 2007

CONTRADIÇÃO

Eu os observava.
O primeiro, irreverente e mordaz ria do mundo
com a loucura própria da juventude
e demonstrava a coragem, o amor ao risco
e à aventura do que ainda pouco viveu.
Mas ele olhava o outro e admirava a vivência,
o saber, a competência,
a palavra pesada, pausada,
a prudência e a visão.
E lhe dizia:
- Ai! que inveja da sua sabedoria!

E o outro, sem o dizer, - eu via -
apesar de parecer indiferente,
ouvia a fala do calor,
tão jovem e imprudente,
cheia de agressividade e fantasia.
E - eu bem sabia - apesar da
sua fala tão grave e rude e do
conhecimento acumulado, suspirava:
- Ai! que inveja da sua juventude!

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