quarta-feira, 24 de outubro de 2007

ESTAÇÃO DO ADEUS

Diante de mim teus olhos de piedade,
Neste leito que a minha morte encena,
Despedem-se dos meus com suavidade,
Fingindo que meu mal é dor pequena.


Mas tu sabes da dor que me envenena,
E nada podes dar por caridade,
Só teu sorriso manso e a voz serena,
E nada mais, amor, que uma saudade...


És como a primavera que alvorece,
Eu sou o inverno findo e descoberto,
Não me ofereças flores e nem prece...


É longa a estrada e o fim é o meu deserto,
E a vida é essa lembrança que envelhece:
Não te vás ainda amor, fiques por perto...

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