quinta-feira, 25 de outubro de 2007

MINHA ESCOLA MINHAS ESTRADAS

Estranha lógica
Essa minha que adotei.
Gente estranha
Gente humilde
Gente que me aceitou
Gente que aceitei...

Junto com elas caminhei,
Mais gente encontrei.
Os risos se misturavam com choros
Estranhos hábitos encontrei,
Mas o regime
Não aceita essa comunidade
Que me integrei...

Cabelos longos,
Barbas compridas
Roupas esfarrapadas.
Tão lindo esse povo estranho,
Com eles me identifiquei...

Saímos estradas afora com destino ignorado
Suas armas são palavras de paz,
Paz e amor eu me entreguei
De suas falas poesias criei,
Poeta me tornei.
Músicas com eles juntos cantei
E meus pequenos versos declamei.
Ganhei uma nova família
E a ela me dedicarei.
Varando noite adentro
Na carroceria de um caminhão
Nunca me imaginei
Aos hippies me juntar,
Mas hoje compreendo um outro viver
Um outro cantar.
Como pode esse povo alegre
Parecer me amar...

Nessas longas estradas vazias
Céu e terra se misturam.
Não temos banheiro
Não temos pia,
Mas vivemos em paz
Vivemos em harmonia...

Do artesanato que aprendo,
Dele tiro meu sustento.
Do hoje ainda não sei
Do amanhã não me interessa saber
O que ontem vivi
Registro no tempo de meu tempo.
Se chorei
Se sorri
Alguma coisa aprendi...

Da paz e do amor
Vivo esse meu momento de vida
Com muito ardor.
Exalto essa liberdade
Que me da o poder de aprender
Nessa escola que entrei sem matricula
Hei de vencer... Hei de vencer...

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