A quem muito se deu,muito será pedido" - há muito ouvimos este
alerta sobre a responsabilidade de nossas ações.
Também aprendemos que não é o que entra mas o que sai pela boca que
efetivamente contamina o ser humano - na alma.
É grande a responsabilidade de todos nós espíritas e espiritualistas
geral, não porque sejamos melhores que os outros que seguem outras
doutrinas.
Claro que não. Somos espíritos endividados e tão carentes quanto os
católicos, evangélicos e profitentes de outras doutrinas.
O que nos dá a possibilidade de maior responsabilidade é que
sabemos, por exemplo, que nossos pensamentos, sentimentos,
palavras e ações criam marcos indeléveis no Processo da Vida. E que
respondemos por eles. E que de nada adiantam confissões e
arrependimentos em si mesmos, caso não estejam fundamentados em
profundos propósitos de reforma íntima.
E que o tempo nos espera, nesta ou em outras vidas, cobrando no
âmago da alma a nossa conduta interna e sua expressividade na
vida de relações com o coletivo.
Na atualidade, algumas "religiões" estão chegando ao absurdo de
formar grupos políticos para assumir o poder e assim dominar as
multidões.
Isso mostra até onde o ser humano pode se enganar e enganar em nome
de propósitos apenas superficialmente ditos religiosos.
E é triste quando percebemos que em nosso meio espírita e
espiritualista em geral passamos também a agir como se não
soubessemos da raiz do sentido de nossa presença na dimensão física.
Ficamos esquecidos de que renascemos para melhorar a nós mesmos. E
nos entregamos a processos de fuga muito comuns, como por exemplo
fazer fofocas com a vida alheia, difamar pessoas, passar à frente
informações danosas sobre fatos dos quais não se tem certeza da
sua realidade.
Corremos o risco de pugnar pela reforma da sociedade sem que
estejamos entregues à primeira reforma que é a de nós mesmos.
Com o advento da internet as comunicações grupais e pessoais foram
facilitadas. E na condição de espíritas e espiritualistas, o que
estamos fazendo deste precioso recurso?
Pensemos nisto em todas as vezes nas quais estivermos a ponto de
clicar
em enviar. Lembremo-nos de que a consciência profunda, algum dia,
nos pedirá conta do que fizemos dos próprios recursos de comunicação.
Paz e Luz,
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