quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Paralelas

As coisas que possuímos se apegam
a nós e nós a elas.
Os objetos contam histórias,
nos fazem lembrar, até sentir de novo,
mesmo se de forma mais suave,
as mesmas sensações.

Na viagem da vida,
as coisas que adquirimos depois
que o coração desejou
tanto e que nos deixaram
orgulhosos da conquista,
colam-se a nós como se às vezes
não pudéssemos viver dissociados.


Nosso apego à matéria nos dá a
sensação de que existimos,
pois são provas materiais,
tangíveis de que a nossa vida
foi rica em acontecimentos.


É muito bom ter uma história passada,
porém a história continua...
e muitas vezes para que possamos
avançar nela,
temos que achar espaço para
as novas coisas.
Se não aprendemos a nos
desprender das antigas,
formaremos em nós entulhos que
causarão desordem na nossa vida.


Não podemos querer avançar
e guardar sempre um pé atrás.
Podemos possuir o mundo inteiro,
mas quando nossa última hora chega,
tudo fica.

O que precisamos aprender é saber
reconhecer o que é importante,
o que realmente nos enriquece,
o que ficará mesmo depois
da nossa partida.


Ser feliz,
fazer outros felizes,
estar contente de si, ter amigos,
um amor de verdade,
valem mais que todo o ouro
do mundo junto.
E são essas riquezas que devem
se impregnar em nós,
são esses tesouros que devemos buscar.


Às vezes Deus nos dá a oportunidade
de recomeçar um caminho
e nós o perdemos porque
não soubemos abrir mão
do nosso passado.
Mãos que recebem estão
sempre abertas,
numa atitude paralela de oferta
e acolhimento.

As coisas passadas tiveram seu
momento e ficarão guardadas em nós,
mas é para frente que se anda.
O valor do que somos é muito
maior que o do que possuímos

Lamentar coisas perdidas não
acrescenta um mínimo à nossa vida,
mas a esperança de dias melhores,
que damos e que nos damos,
é um tesouro de valor eterno
e inestimável.

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