Sou o rosário que teus dedos debulham,
as rezas que passam entre teus lábios,
cruéis, deliciosos como mel de laranjeira.
Sou o décimo terceiro apostolo da tua mesa,
os paramentos que de ouro nada tem,
o dourado que o sol forte queimou a tarde.
Sou a misericórdia dos teus poucos pecados,
o texto dos livros que jamais leu,
aqueles outros tantos desejos obscenos.
Sou o hábito, o hálito, o atalho,
a trilha que segue entre altares esplendorosos,
como o prazer que caminha lento teu nu.
Sou o sino que toca na tua torre ao anoitecer,
o som que vem da boca com o beijo ao amanhecer,
o barulho estridente e o arrepio repentino.
Sou a capela, o altar, o rosário,
o amor que te tem e enlouquece,
sou o mezanino, a música do coro, a prece.
Sou o amor que o pecado te propõe,
o inferno ou o céu que oferece,
a vida e morte em comunhão com deuses.
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
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