Nos recantos pobres de minha cidade,
Em pleno contraste com a arte das vitrinas,
Aparecem lá os presépios de verdade,
Debaixo de uma ponte ou num prédio em ruínas.
Enquanto nas lojas em exposição,
Toda a opulência desfigura Belém,
Lá, sob a luz das velas ou do lampião,
Uma "Maria" pare seu filho também.
Em vez da arte e de tanta luz fluorescente,
Atrativos do comércio natalino,
Na pobreza chega mais um inocente,
Uma indigente ganha mais um menino.
Jamais falta um Papai Noel em cada esquina
E nele se fixa todo um horizonte...
Total alvoroço diante da vitrina,
Ninguém vê o que ocorre debaixo da ponte.
Nem o choro agudo do recém-nascido,
Que chega do subterrâneo miserável,
Atrai até o presépio vivo, escondido,
Alguém da vã sociedade responsável.
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1 comentário:
Meus parabéns Ogui por tão expressivo texto. Um Feliz Natal para vc e seus familiares.
AnaFontes
am.fontes2007@gmail.com
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