terça-feira, 8 de julho de 2008

ANTE O BEM E O MAL

A dualidade convencional do bem e do mal pode ser apresentada de forma simples, sem atavios.

A opção do bem, a seleção do mal defluem de uma colocação espontânea do pensamento, excetuando-se os casos de impulsão psicopata.

Por que a eleição do pessimismo, quando a vida é um hinário à beleza otimista?

Por que a aceitação tácita da tristeza, quando o mundo é uma obra de incomparável beleza, desafiando a imaginação do homem?!

Por que a aptidão para as faixas inferiores, quando tudo obedece a uma atração gravitacional superior: "quanto maior o corpo, menor a sua queda?

Por que a experiência da sombra, se a luz é a tendência que governa a criação?

Por que a observância maldosa, quando a piedade é a voz corrente da natureza?

Por que a utilização da violência, se tudo, no Orbe, resulta de uma molécula primária que se desdobra e, em harmonia pacificadora, se multiplica, gerando as formas mais complexas?!

Por que o instinto destrutivo, quando as leis que vigem no universo são de edificação?

Por que a contínua tendência para negar, se pensar é uma forma afirmativa da vida exteriorizada pelos neurônios cerebrais, que se vão consumir na desarticulação cadavérica?

A escolha do ponto de ação revela o que se deseja na conjuntura carnal: o bem ou o mal.

O Zendavesta, de Zoroastro, narra, em linguagem milenária, a luta de Ormasde e Arimânio, simbolizados na doutrina bíblica do anjo e do demônio, traduzidos na literatura contemporânea em Mr. Hyde e Dr. Jeckyll.

Não se diga que no homem estão conflitantes as duas forças: a do bem e a do mal.

Gerado pelo Divino Amor, está o homem fadado ao Amor.

O bem, nele ínsito, é a preservação da vida, o estímulo para a vida, a geratriz da vida. É a luta para que a vida se mantenha.
O mal é a negação disto, que o indivíduo elege, porque se deixa dominar pelos instintos primevos, constitutivos da ação orgânica sobre o hálito divino que vitaliza o corpo.

Eleger a condição em que prefere transitar, é opção livre de cada um.

Por isso, cumpre-nos modificar a paisagem vigente no mundo pela aceitação do bem, que é um impulso natural da vida e o destino compulsório do ser.

Assim reflexionando, não dês guarida às injunções primitivas de que estás tentando libertar-te. Esforça-te pela opção positiva, como te inclinas para as tendências de supremacia de mando, de primarismo, de governança, de destemor, de posse, a que te arrojas, muitas vezes, insensata e desequilibradamente.

A diretriz do bem é aquela que acalma, que normaliza, que dulcifica e integra o homem na consciência cósmica.

Ninguém espere, porém, o salto na catapulta do momento para lograr a cumeada do êxito, sem o esforço da escalada da montanha da dificuldade, degrau a degrau.

Ninguém há que frua privilégio, a que não faça jus, na condição de uma eleição por preferencialismo da Divindade.

Espírito secularmente vinculado ao lado sombrio da natureza humana e à convencional manifestação do mal, opta pela eleição do bem e atira-te à busca desse bem incessante, através de esforço acendrado e com impostergável ação no dia de hoje, porquanto, cada dia que passa é uma oportunidade vencida, e cada chance perdida é um degrau a mais por conquistar.

Mantém, assim, o teu espírito de união otimista, de vinculação com o bem, porque Cristo Jesus, nosso inspirador e Mestre, entre a opulência enganosa de Tibério César, que se cadaverizava na glória mentirosa do mundo e a cruz, elegeu a última, com que permanece até hoje como o Supremo Governante do Orbe terrestre, invencível á morte, à decomposição e à miséria mundanas.

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