Era um canteiro que ficava na janela.
Cheio de flores coloridas,
chamavam-se Onze Horas ,
e como seu nome, abriam-se àquela hora, alegrando o final da manhã.
Amarelas, brancas, laranjas, rosas...
Flores de sementes
cuidadosamente plantadas,
com amor e carinho.
Lembravam o pedacinho lúdico,
que ainda restava dentro de mim.
Enchia-me de alegria vê-las pela manhã
e corresponder ao sorriso
que sempre me davam,
quando abria a janela nos intervalos
do trabalho.
Mas o tempo passou e as coisas
se modificaram,
não havendo mais espaço para o canteiro, que foi esquecido debaixo da escada,
onde não havia luz.
Dois anos se passaram e revirando
debaixo da escada,
o canteiro foi encontrado.
Apenas um torrão de terra seca
e sem vida...
Por acaso, exposto ao sol e a chuva,
sem qualquer cuidado ou tratamento,
exibiu na primeira semana:
Pequenas folhas verdinhas;
Na terceira semana:
Tímidas flores coloridas;
E no final do primeiro mês:
Era o mesmo canteiro de flores
exuberantes e sorridentes,
o que me deixou maravilhada
e ao mesmo tempo arrependida
de ter desistido do canteiro...
Quantas sementes boas
temos guardadas em nossos corações? Quantas lembranças boas,
quanto sorriso, quanto desejo,
quanta força...
Porque permitimos que as lutas diárias,
que as pedras do caminho
nos impeçam de florir...
Porque pacificamente,
dia-a-dia nos tornamos canteiros
de terra seca, infrutíferos,
cabisbaixos e sem perspectivas?
Olhe dentro de você
e verás que há sementes esperando
apenas um pouco de luz e calor
para florescer...
É só se dar uma chance.
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