quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A ÁGUA DA PAZ

Em torno da mediunidade, improvisam-se, ao redor do Chico, acesas discussões.

É, não é. Viu, não viu.

E o médium sofria, por vezes, longas irritações, a fim de explicar sem ser

compreendido. Por isso, à hora da prece, achava-se quase sempre, desanimado e

aflito.

Certa feita, o Espírito de Dona Maria João de Deus compareceu e aconselhou-lhe:

— Meu filho, para curar essas inquietações você deve usar a Água da Paz.

O Médium, satisfeito, procurou o medicamento em todas as farmácias de Pedro

Leopoldo. Não o encontrou. Recorreu a Belo Horizonte. Nada.

Ao fim de duas semanas, comunicou à progenitora desencarnada o fracasso da

busca.

Dona Maria sorriu e informou:

— Não precisa viajar em semelhante procura.

Você poderá obter o remédio em casa mesmo.

A Água da Paz pode ser a água do pote.

Quando alguém lhe trouxer provocações com a palavra, beba um pouco de água

pura e conserve-a na boca. Não a lance fora, nem a engula. Enquanto perdurar

a tentação de responder, guarde a água da paz, banhando a língua.

O Médium baixou então, os olhos, desapontado.

Compreendera que a mãezinha lhe chamava o espírito à lição da humildade e do

silêncio.

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