quinta-feira, 9 de outubro de 2008

RENOVAÇÃO

Em nosso renascimento na Terra, entrelaçamo-nos, como é justo, sob a influência de quantos se acumpliciaram conosco na criminalidade ou na sombra, quase sempre erguidos à posição de inexoráveis credores de nossa vida, exigindo-nos pagamento ou reparação.

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E, como enxameiam em nosso pretérito próximo ou remoto gravames deploráveis e contas obscuras que nos compete apagar ou ressarcir, na maioria das circunstâncias, a atuação dessa natureza é deprimente e perturbadora, muita vez constrangendo-nos a incidir nos mesmos erros que nos tisnam as consciências e nos dilaceram os corações.

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É por isso que, durante a viagem na esfera física, somos habitualmente assaltados por aflitivas surpresas do plano oculto, em qualquer idade e em toda situação.

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Há quem se veja enrodilhado nas suas malhas esfogueantes, em plena juventude corpórea, quem lhe conheça o sabor amargo no matrimônio, quem lhe experimente o impacto de angústia nas mais nobres tarefas do lar, quem lhe sinta a presença na esfera da profissão e quem lhe receba a nuvem desnorteante na hora da madureza ou da senectude, em dolorosas inquietações.

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Para todos os problemas desse jaez, entretanto, é preciso reconhecer que só o bem puro e espontâneo é remédio justo e eficaz.

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Somos, em verdade, seguidos pela influência que aliciamos, como quem apenas recolhe da gleba plantada aquilo que semeou.

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E, assim como apenas a lances de suor e trabalho digno, preservamos a lavoura de nosso compromisso contra a hera que lhe sufoca os rebentos ou contra os vermes que lhe devoram as flores, somente ao preço de perdão e renúncia, amor e desinteresse, por vezes com o sacrifício de nossa própria felicidade, é que operaremos em nossos associados da sombra de ontem a necessária renovação, para que a liberdade nos favoreça na reconquista da luz.

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