terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Tecidos do tempo

"Nós somos do tecido de que são feitos os sonhos."
(Shakespeare)

Uma hora estamos certos de que queremos isso,
noutra, acordamos querendo exatamente o contrário,
Se somos jovens, falta experiência,
se amadurecemos, falta ousadia.

Um dia, o amor que encontramos é eterno,
em outro, é paixão que queremos esquecer.

O que realmente desejamos?
O que é essa tal de felicidade?
O que contentará a nossa alma aflita?

Corremos atrás dos ventos,
semeamos nuvens de ilusão.

Ora desejamos o celular mais moderno
o mesmo que em poucas semanas estará ultrapassado.
Sonhamos com a casa acolhedora e ideal,
que fica pequena quando entramos nela.
Vivemos idealizando a pessoa especial,
e quando a encontramos, não á suportamos,
por ser tão parecida com nós mesmos.

Somos passageiros da eternidade,
vivendo experiências que nem sempre contam.
Perdemos tempo demais com o que é supérfluo,
somos ausentes, temos medo de assumir nossos riscos;
alunos que fogem da sala de aula,
pais que fogem da paternidade,
mães atarefadas demais,
filhos mimados,
avós encostados,
amigos "meia boca",
fiéis meio infiéis,
perdedores e perdidos,
esperamos por dias melhores...

Assim caminhamos, sem compromisso,
até que a dor, sábia mestra,
vem e retifica, ensina, esclarece.

O sonho é apenas uma parte do caminho,
tecido fino e indelével que marca nossa passagem.
Diga-me com que sonhas e eu te direi quem és!
Nunca deixe de acreditar em você mesmo.

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