domingo, 14 de dezembro de 2008

O Filho do Homem

Apareceu um homem, entre esses milhões de habitantes terrestres... E Esse homem veio tornar-se o centro da história da humanidade.

Não fez nada daquilo que a outros homens garante imortalidade entre os mortais – o que Nele havia de maior era Ele mesmo.

Pelo ano do Seu nascimento datam todos os povos cultos a sua cronologia. Possuía Esse homem exímios dotes de inteligência e infinita delicadeza de coração.

A sua vida se resume numa epopéia de divino poder – e num poema de humano amor. Havia na vida Desse homem uma pátria e uma família – mas também um exílio e uma solidão.

Havia inocentes com sorriso nos lábios – e doentes com lágrimas nos olhos. Havia apóstolos – e apóstatas... Brincava nos caminhos Desse homem a mais bela das primaveras – e espreitava-Lhe os passos a mais negra das mortes.

Esse homem não mendigava amor – mas todas as almas boas O amavam... Era amigo do silêncio e da solidão – mas não conseguia fugir ao tumulto da sociedade, porque “todos o procuravam”.

Irresistível era o fascínio da Sua personalidade – inaudita a potência das Suas palavras... Todos sentiam o envolvente mistério da Sua presença – mas ninguém sabia definir esse estranho magnetismo.

Era uma luminosa escuridão – Esse homem... Não bajulava a nenhum poderoso – e não espezinhava nenhum miserável. Diáfano como um cristal era o Seu caráter – e, no entanto, é Ele o maior mistério de todos os séculos.

Poeta algum conseguiu atingir-Lhe as excelsitudes – filósofo algum valeu exaurir-Lhe as profundezas... Esse homem não repudiava Madalenas nem apedrejava adúlteras – mas lançava às penitentes palavras de perdão e de vida.

Não abandonava ovelhas desgarradas nem filhos pródigos – mas cingia nos braços a estes e levava aos ombros aquelas... Esse homem não discutia – falava simplesmente.

Não esmiuçava palavras nem contava sílabas e letras, como os rabis do seu tempo – mas rasgava imensas perspectivas de verdade e beatitude... Por isso diziam os homens, felizes e estupefatos: “Nunca ninguém falou como Esse homem fala!”.

Para Ele, não era o esquife o ponto final da existência – mas o berço para a vida verdadeira. Por isso, vivem por Ele e para Ele os melhores dentre os filhos dos homens – porque adoram o Homem ideal, o Homem de Deus.

Sem comentários: