E o menino em sua cama tosca
Tinha sonhos para sonhar.
Tinha tão pouco:
Apenas uns restos de mobília usada
Solta no pequeno espaço
Onde dividia com muitos.
Também tinha a barriga vazia
E uma vontade de expulsar a fome
Que não lhe deixava dormir.
Tudo podia suportar
Toda essa falta costumeira...
Mas o sonho gritava e fazia alarde
Não queria deixar de sonhar.
Lembrava até dos detalhes da loja
Da vitrine que brilhava
Que encheu seus olhos
No dia que passou por lá.
Era um carrinho brilhante com uma luzinha a piscar
Que tomou sua visão
Encheu seu coração
E fez seu pensamento ficar grudado nele
Por todo o tempo.
Era quase Natal
Outro Natal...
Pulou da cama de supetão:
- Não poderia passar esse Natal
Outra vez tão vazio!
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