quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A Lâmpada Queimada

Era véspera de Natal. Em todas as casas havia intensa alegria. Nas
ruas, era grande o movimento. Pessoas transitavam com pacotes,
entrando e saindo de lojas cheias de compradores e vendedores ansiosos.



O homem e a mulher se aproximaram de um restaurante. A mulher trazia
nos olhos o brilho dos que sabem compartilhar alegrias e se sentem
felizes com pequenas coisas e sorria.

O homem se apresentava carrancudo. O rosto marcado por rugas de
preocupação. No coração, um tanto de revolta.



Sentaram-se à mesa e, enquanto ela olhava o cardápio, procurando algo
simples e gostoso para o lanche, ele começou a reclamar. Reclamou que
as coisas não estavam dando certo. Ele tinha investido em um
determinado produto em sua loja, contando que as vendas fossem
excelentes, mas não foram.

O produto não era tão atraente assim. Ou talvez fosse o preço. Enfim,
o comerciante reclamava e reclamava.



De repente, ele parou de falar. Observou que sua esposa parecia não
estar ouvindo o que ele dizia. Em verdade, ela estava mesmo era em
outra esfera.

Olhava fixamente para uma árvore de natal que enfeitava o balcão do
pequeno restaurante. Sim, ela não estava interessada na sua conversa.



Ele também olhou na mesma direção e, de forma mecânica, comentou: a
árvore está bem enfeitada, mas tem uma lâmpada queimada no meio das
luzes.

É verdade, respondeu a mulher. Há uma lâmpada queimada. E você
conseguiu vê-la porque está pessimista, meu amor. Não conseguiu
perceber a beleza das dezenas de outras luzes coloridas que acendem e
apagam, lançando reflexos no ambiente.



Assim também acontece com a nossa vida.

Você está reclamando de algo que não deu certo e se mostra triste. Mas
está esquecido das dezenas de bênçãos que brilharam durante todo o
ano. Você está fixando seu olhar na única lâmpada que não iluminou nada.

Não há dúvida de que acharemos, no balanço das nossas vidas, diversas
ocorrências que nos infelicitam. Podemos chegar a sentir como se o
mundo ruísse sob os nossos pés.

Porém, a maior tristeza que pode se abater sobre a criatura,
multiplicando dificuldades para o espírito, é o mau aproveitamento das
oportunidades que Deus lhe concede, para evoluir e brilhar.

Meditemos sobre isso e descubramos as centenas de lâmpadas que brilham
em nossos caminhos.



Ao lado das dores e problemas que nos atingem as vidas, numerosas são
as bênçãos que nos oferece a divindade.

Apliquemo-nos no dom de ver e ouvir o que é bom, belo e positivo.

Contemplemos a noite que se estende sobre a terra e sem nos determos
no seu manto escuro, descubramos no brilho das estrelas as milhares de
lâmpadas que Deus posicionou no espaço para encher de luz os nossos
olhos.

Acostumemo-nos a observar e a ver o bem em toda a parte a fim de que a
felicidade nos alcance e possamos sentir a presença do criador, que é
amor na sua expressão mais sustentando-nos as vidas.

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