quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O Argueiro e a Trave

"Por que reparas no cisco que está no

olho do teu irmão, quando não percebes

a trave que está no teu?" (Jesus-Mt.VII:3)



Como é fácil condenar!

Como é fácil apontar os deslizes dos companheiros!

Todavia, é preciso recordar que ainda temos

uma longa estrada a percorrer e não sabemos

que armadilhas encontraremos, estrategicamente colocadas

pelas mãos de nosso passado, constituindo-se

em teste de resistência à nossa vontade ainda tão frágil!

Diante de um roseiral, serão muitos os olhos

que registrarão apenas os espinhos agressivos.

Outros muitos, porém, verão somente

as pétalas coloridas e cetinosas, enquanto alguns

se deterão a pensar como industrializar seu perfume...

Nosso olhar observará o que nos rodeia,

visualizando tão-só o que esteja refletindo

o teor de nossos íntimos pensamentos,

sentimentos ou interesses.

Quando acusamos, o que realmente desejamos

é desviar a atenção de quem nos ouve

para o defeito que nós mesmos ainda portamos.

A boca maledicente lança nos ouvidos incautos

a torpe acusação, e aquele que a escuta

se esquece de julgar o acusador.

Tende, pois, cuidado com o que dizeis e,

mais ainda, com o que ouvis.

A palavra insensata em ouvidos inquietos,

tanto quanto os ouvidos inquietos acompanhando

a boca maldizente, podem aniquilar sonhos,

destruir esperanças, apagar a chama de ideais,

destroçar vidas e impedir a construção da paz!

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