"Por que reparas no cisco que está no
olho do teu irmão, quando não percebes
a trave que está no teu?" (Jesus-Mt.VII:3)
Como é fácil condenar!
Como é fácil apontar os deslizes dos companheiros!
Todavia, é preciso recordar que ainda temos
uma longa estrada a percorrer e não sabemos
que armadilhas encontraremos, estrategicamente colocadas
pelas mãos de nosso passado, constituindo-se
em teste de resistência à nossa vontade ainda tão frágil!
Diante de um roseiral, serão muitos os olhos
que registrarão apenas os espinhos agressivos.
Outros muitos, porém, verão somente
as pétalas coloridas e cetinosas, enquanto alguns
se deterão a pensar como industrializar seu perfume...
Nosso olhar observará o que nos rodeia,
visualizando tão-só o que esteja refletindo
o teor de nossos íntimos pensamentos,
sentimentos ou interesses.
Quando acusamos, o que realmente desejamos
é desviar a atenção de quem nos ouve
para o defeito que nós mesmos ainda portamos.
A boca maledicente lança nos ouvidos incautos
a torpe acusação, e aquele que a escuta
se esquece de julgar o acusador.
Tende, pois, cuidado com o que dizeis e,
mais ainda, com o que ouvis.
A palavra insensata em ouvidos inquietos,
tanto quanto os ouvidos inquietos acompanhando
a boca maldizente, podem aniquilar sonhos,
destruir esperanças, apagar a chama de ideais,
destroçar vidas e impedir a construção da paz!
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