As minhas palavras são espírito e vida – disse Jesus.
Concluímos dessa assertiva que a palavra do Senhor é dinâmica, crescendo em sabedoria, à
medida que cresce a capacidade da nossa inteligência para melhor penetrá-la.
Não é como a palavra do homem, cujo sentido e cuja acepção se cristalizam no tempo e no
espaço.
Por isso mesmo as palavras humanas requerem reformas e modificações constantes. Elas
permanecem na letra morta, tal como sucede às leis que refletem, as quais são boas para
os dias em que foram instituídas, tornando-se insustentáveis em épocas posteriores.
As leis divinas, conquanto imutáveis, possuem, todavia, certa plasticidade, adaptando-se
a cada indivíduo, de acordo com o seu grau de evolução intelectual e moral. Daí o dizer-se,
com acerto, que os acontecimentos não são nossos, porém o modo como são recebidos é de
caráter pessoal, variando de indivíduo para indivíduo. As leis que regem o sucedimento são
irrevogáveis, mas os efeitos que determinam assumem modalidades e aspectos
personalíssimos. Conhecemos casos de perdas de fortuna que arrastaram as vítimas ao
desânimo, ou então ao desespero, culminando no suicídio. Outros, porém, que constituíram
verdadeiro incentivo para as pessoas atingidas, as quais se tornaram, por isso, mais
diligentes, agindo, então, com mais critério na direção de suas atividades econômicas e
conquistando uma situação financeira superior àquela que haviam perdido. O fato é idêntico,
mas a maneira de o receber foi distinta, resultando daí que a mesma causa determinasse
conseqüências desastrosas para uns e benéficas para outros. O que variou não foi a lei,
foram, sim, as atitudes daqueles sobre os quais a lei incidiu.
Outro tanto se verifica, quando da desencarnação de um ente querido. Esta ocorrência tem
motivado descrenças e ceticismo em pessoas crédulas até então, e tem, a seu turno,
constituído a iniciação de almas descrentes no conhecimento da verdade, acerca dos sublimes
destinos do Espírito em sua gloriosa trajetória evolutiva. O mesmo sucede com relação a
todas as demais provas e experiências por que passamos.
Destarte, compreendemos perfeitamente o valor da prece, cujo objetivo não é alterar o
curso da divina justiça, porém nos ajustar e entrosar na estrutura viva da soberana lei que rege
os destinos; lei essa, sempre boa, porque concebida e delineada pela infinita sabedoria ao serviço
do infinito amor.
Sempre, pois, que nos reportarmos à inflexibilidade da Justiça e à imutabilidade da lei, não
emprestemos a essas expressões o cunho férreo, irredutível, petrificado na letra morta, como
sói acontecer com a palavra e as leis humanas.
O Verbo Divino é espírito e vida: por isso mesmo prevalecerá para sempre, ainda que
passem o céu e a terra, acompanhando e promovendo a evolução das almas.
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