sexta-feira, 10 de outubro de 2008

UMA REALEZA TERRESTRE

Quem melhor do que eu pode compreender a verdade destas palavras de Nosso
Senhor: Meu reino não é deste mundo? O orgulho foi a minha perdição na
Terra; quem, pois, poderia compreender o nada que os reinos terrestres
representam, se eu não o compreendia? O que levei comigo
da minha realeza terrestre? Nada, absolutamente nada. E, como para tornar a
lição mais terrível, a realeza não me seguiu até o túmulo. Rainha era eu
entre os homens, rainha eu acreditava entrar no reino dos céus. Que
desilusão! Que humilhação quando, em lugar de ser recebida como soberana, eu
vi, acima de mim, mas bem acima, homens que eu consi-
derava insignificantes e que desprezava, porque não tinham sangue nobre! Oh!
Nesse momento compreendi a inutilidade das honras e das grandezas que se
buscam com tanta avidez sobre a Terra!

Para se preparar um lugar no reino dos céus é preciso abnegação, humildade,
caridade em toda a sua perfeita prática, e benevolência para todos; não se
pergunta o que fomos, qual a posição que ocupamos, mas o bem que fizemos, as
lágrimas que enxugamos.

Oh, Jesus, disseste que teu reino não é deste mundo, pois é preciso sofrer
para chegar ao céu, e os degraus do trono não nos aproximam dele; são os
caminhos mais penosos da vida que nos conduzem a Ele; procuremos, pois, o
caminho entre as dificuldades e os espinhos e não entre as
flores!

Os homens correm em busca dos bens terrenos; como se pudessem guardá-los
para sempre; mas aqui não há mais ilusões, e eles logo se apercebem de que
se apoderaram apenas de uma sombra, e negligenciaram os únicos bens sólidos
e duráveis, os únicos que lhes seriam proveitosos na morada celeste, os
únicos que poderiam dar entrada a essa morada.

Tenham piedade daqueles que não ganharam o reino dos céus e ajudem-nos com
suas preces, porque a prece aproxima o homem do Altíssimo, é o traço de
união entre o céu e a Terra. Não o esqueçam!

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