sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

NATAL DE RICOS, POBRES EPAUPÉRRIMOS

Pobre menino,

descalço,

pelas ladeiras do Rio

que não sabe o que é natal,

que nem ganha presente

e dessa alegria

sempre esteve ausente



Pobre menino,

sofrido

das noites frias do Rio,

com mãos estendidas

nas praças e avenidas

e dormindo em jornal



O transeunte,

que passa,

já tão acostumado,

não olha ou tem medo

do corriqueiro cenário



Pobre menino,

faminto,

que implora pão amanhecido,

mesmo que seja aquele

que o diabo

acabou de amassar



Pobre menino,

desnutrido,

magrelo,

franzino,

que faz estágio

pra ser marginal,

nas ruelas que corrompem

que zombam

de sua fragilidade



Pobre menino,

sem futuro

que carrega às costas

as dores do mundo,

que mais cedo ou mais tarde,

será encontrado,

sem vida,

num beco sujo ...

escuro...



Enquanto isso,

as belas ruas do Rio

se iluminam para o natal...

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