quarta-feira, 16 de julho de 2008

Dessemelhança espiritual

Imperioso estarmos dispostos em amar tudo, em amar todos. Irmãos

de inclinações e pensamento contrários aos nossos repontarão por onde

formos, de modo inevitável.

Progresso é altura e erguimento conta degraus. Adulto nenhum, em

viagem aérea, exigirá que uma criança ao seu lado, consiga fitar a crosta do

mundo em baixo com atitude mental semelhante à dele.

Um escritor e um analfabeto, conquanto respeitáveis pelas

qualidades morais que entremostrem, não se afinarão, intimamente,

guardando identidade de opiniões, em compulsando a gramática.

A dessemelhanças espiritual na subida evolutiva, surge irrevogável.

Adversários gratuitos, na transitória competição dos pontos de

vista constituem dificuldades e provas fatais.

Aceitando com naturalidade tal impositivo, apliquemos a lente da

análise no âmago do próprio espírito e verificaremos que os

perseguidores reais de nossa felicidade estão conosco, no íntimo do ser.

Ingratidão e diferença naqueles que amamos estão debitadas na conta

dos que a praticam. Já o desespero que acalentamos em prejuízo próprio é o

agente obsessivo que nos corrói a serenidade.

Injúria e golpe por parte dos que marcamos com a nossa estima são

problemas deles. Mas o desalento de que nos deixamos possuir é o opositor

que nos desgasta a saúde.

A mente reencarnacionista vê em cada escolho um lance de ascensão,

em cada abismo um desafio à marcha.

Em toda ocorrência, imprimamos os moldes de tradução espírita da vida.

Se o mal nos aborda, traduzamo-lo por ignorância.

Se a afronta nos procura, tomemo-la como sendo corretivo necessário.

Se a adversidade nos atravessa o roteiro, recebemo-la à guisa de lição

libertadora.

Alijemos a carga dos temores, inquietações, animosidades e

ressentimentos que irrefletidamente carregamos.

Empenhemo-nos em manter asserenada a consciência e

reconheceremos que seguimos pelas trilhas do cotidiano ao lado de muitos

companheiros que longe de nos hostilizarem, apenas manifestam maneiras de

sentir, pensar, falar e agir diferentes daquelas que nos caracterizam.

Isso nos impelirá a observar e admitir compulsoriamente que os

inimigos verdadeiros de nossa vida moram dentro de nós.

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