quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O preço de um Milagre

Uma garotinha esperta de apenas seis anos de idade, ouviu seus pais conversando sobre seu irmãozinho mais novo.
Tudo que ela sabia era que o menino estava muito doente e que estavam completamente sem dinheiro.

Iriam se mudar para um apartamento num subúrbio, no próximo mês, porque seu pai não tinha recursos para pagar as contas do médico e o aluguel do apartamento.
Somente uma intervenção cirúrgica muito cara poderia salvar o garoto, e não havia ninguém que pudesse emprestar-lhes dinheiro.

A menina ouviu seu pai dizer a sua mãe chorosa, com um sussurro desesperado: "somente um milagre poderá salvá-lo."

Ela foi ao seu quarto e puxou o vidro do seu esconderijo, no armário.
Despejou todo o dinheiro que tinha no chão e contou-o cuidadosamente, três vezes.
O total tinha que estar exato.
Não havia margem de erro.
Colocou as moedas de volta no vidro com cuidado e fechou a tampa. Saiu devagarinho pela porta dos fundos e andou cinco quarteirões até chegar à farmácia.

Esperou pacientemente que o farmacêutico a visse e lhe desse atenção, mas ele estava muito ocupado no momento.
Ela, então, esfregou os pés no chão para fazer barulho, e nada!
Limpou a garganta com o som mais alto que pôde, mas nem assim foi notada.
Por fim, pegou uma moeda e bateu no vidro da porta.
Finalmente foi atendida!

"O que você quer?" perguntou o farmacêutico com voz aborrecida. "estou conversando com meu irmão que chegou de Chicago e que não vejo há séculos", disse ele sem esperar resposta.

"Bem, eu quero lhe falar sobre meu irmão", respondeu a menina.
"Ele está realmente doente...
E eu quero comprar um milagre."

"Como?", balbuciou o farmacêutico admirado.
"Ele se chama Andrew e está com alguma coisa muito ruim crescendo dentro de sua cabeça e papai disse que só um milagre poderá salvá-lo.

"E é por isso que eu estou aqui.
Então, quanto custa um milagre?"

Desculpe, mas não posso ajudá-la", respondeu o farmacêutico, com um tom mais suave.

"Escute, eu tenho o dinheiro para pagar.
Se não for suficiente, conseguirei o resto.
Por favor, diga-me quanto custa, insistiu a pequena.


O irmão do farmacêutico era um homem gentil.
Deu um passo à frente e perguntou à garota: "que tipo de milagre seu irmão precisa?"

"Não sei", respondeu ela, levantando os olhos para ele.
"Só sei que ele está muito mal e mamãe diz que precisa ser operado. Como papai não pode pagar, quero usar meu dinheiro."
"Quanto você tem?", perguntou o homem de Chicago.

"Um dólar e onze centavos", respondeu a menina num sussurro.
"É tudo que tenho, mas posso conseguir mais se for preciso."

"Puxa que coincidência" - sorriu o homem.
"Um dólar e onze centavos!!!
É exatamente o preço de um milagre para irmãozinhos."

O homem pegou o dinheiro com uma mão e, dando a outra mão à menina, disse:
"Leve-me até sua casa.
Quero ver seu irmão e conhecer seus pais.
Quero ver se tenho o tipo de milagre que você precisa."

Aquele senhor gentil era um cirurgião, especializado em Neurocirurgia. A operação foi feita com sucesso e sem custos.


Alguns meses depois Andrew estava em casa, recuperado. A mãe e pai comentavam alegremente sobre a seqüência de acontecimentos ocorridos.

"A cirurgia", murmurou a mãe, "foi um milagre real.
Gostaria de saber quanto custou!"

A menina sorriu.

Ela sabia exatamente quanto custou um milagre...
Um dólar e onze centavos...e mais a fé de uma garotinha...

Não há situação, por pior que seja, que resista ao milagre do amor. Quando o amor entra em ação, tudo vence e tudo acalma.
Onde o amor se apresenta, foge a dor, se afasta o sofrimento e o egoísmo bate em retirada.

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