Recorres à oração, junto desse ou daquele enfermo, e sofres, quando a
restauração parece tardia.
Entretanto, reflete na Lei Divina a que todos, obrigatoriamente, nos
entrosamos.
Isso não quer dizer devamos ignorar o martírio silencioso dos
companheiros em calamidade do campo físico.
Para tanto, seria preciso não haver sentimento.
Sabemos, sim, quanto dói seguir, noite a noite, a provação dos
familiares, em moléstias irreversíveis; conhecemos, de perto, a
angústia dos pais que recolhem no coração o suplício dos filhinhos
torturados no berço; partilhamos a dor dos que gemem nos hospitais
como sentenciados à pena ultima, e assinalamos o tormento recôndito
dos que fitam, Inquietos, em doentes amados, os olhos que se embaciam...
***
Observa, porém, o quadro escuro das transgressões humanas que nos rodeiam.
Pensa nos crimes perfeitos que injuriam a Terra; na insubmissão dos
que se rendem às sugestões do suicídio, prejudicando os planos da
Eterna Sabedoria e criando aflitivas expiações para si mesmos; nos
processos inconfessáveis dos que usam a inteligência para agravar as
necessidades dos semelhantes e na ingratidão dos que convertem o
próprio lar em reduto do desespero e da morte...
Medita nos torvos compromissos dos que se acumpliciam agora com os
domínios do mal, e perceberás que a enfermidade é quase sempre o bem
exprimindo reajuste, sustando-nos a queda em delitos maiores.
***
Organizemos, assim, o socorro da oração, junto de todos os que padecem
no corpo dilacerado, mas, se a cura demora, jamais nos aflijamos.
Seja o leito de linho, de seda, palha ou pedra, a dor é sempre a mesma
e a prece, em toda parte, é bênção, reconforto, amparo, luz e vida.
Lembremo-nos, no entanto, de que lesões e chagas, frustrações e
defeitos, em nossa forma externa, são remédios da alma que nós mesmos
pedimos à farmácia de Deus.
domingo, 13 de dezembro de 2009
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