sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Palavras nuas

Eu sei valor das palavras.
Estou de caso sério com elas há anos.
São incontáveis horas de chamego.
Aprendi acariciar uma palavra, acredita?
Algumas retribuem meus carinhos.
Outras são carrancudas e não percebem
o desejo estampado em meus olhos.

Eu gosto de enfileirar palavras.
Despi-las, para que fiquem mais belas.
Já viu uma palavra nua?
Só perde em beleza para o corpo feminino.
Palavras nuas e enfileiradas formam cena de rara beleza.

Eu sei sobre as palavras.
Não porque as leio em páginas de livros.
É que ando em companhia delas desde menino.
Eu posso sentir o cheiro que as palavras exalam.
Trago n’alma esta estranha combinação de aromas.

Eu sei sobre a palavra amor.
Ela tem a ingrata missão de representar.
um sentimento intenso, cheio de formas e nuances.
Eu me meti a besta e tirei a roupa da palavra amor.
São belíssimos os contornos da palavra amor.

Amor, são belos os contornos do teu corpo.
Eu quero a tua companhia por incontáveis horas.
Eu me meti a besta e amei você,
viu amor?

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