sexta-feira, 30 de novembro de 2007

PERDIDA

"No quadro iluminado da janela
avulta essa mulher de meigos traços,
cujo dolente olhar imerge a espaços
na sombra, negra como a vida dela.
Durante a noite o escol dos boêmios lassos
cospe-lhe afrontas sujas de viela;
e quanta vez a derradeira estrela
a vê dormir sobre o torpor dos braços!
Se a colhe o desalento, na memória
fulge-lhe a imagem doce e merencória
do amor da mãe, a infatigável moura...
ó dias calmos da inocência finda!
Quanto ela dera por beijar ainda
do irmão mais novo a cabecinha loura!..."

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