sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Soneto Fumante

Não vou morrer de tédio escrevendo sonetos.
Meus antidepressivos sem receitas médicas
possuem tarja preta mas, nas bulas bélicas,
ensino que as paixões só matam nos quartetos.

Porquanto, tenho pressa, burlo os meus projetos
e antes que passe o efeito desse antibiótico,
rapidamente, encerro os dois dos desafetos,
mesmo que assim o verso fique um tanto céptico.

Agora, com mais calma, bebo um copo d’água,
tomo um café e acendo um verso na garganta.
Não vou morrer de tédio, mas fumaça... Quanta!

Releio o que escrevi, dou três toques na tábua...
Se a morte for esperta aceita a minha mágoa:
me leva na fumaça de uma rima santa!

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