terça-feira, 16 de outubro de 2007

A dama de vermelho

Deitei-me no silêncio, folha em branco
Na necessidade de ler alto uma poesia que não fiz
No espelho, ela! Fazendo mímica de mim...
Todos os meus sentidos fervilham
"Quem é você?", "Eu?", "É, você!".

Aproveitando-se da minha paralisia
Sua aparência narcisista se impôs
Palavras chicotearam o ar!

- " Para me proteger, fantasio suas vontades
como dependo de você , finjo, falseio,
ora me mostro, ora me velo, ora me revelo
vou me versionando, tecemos uma teia singular,
feita da fibra dos momentos, que não existiriam sem nós,
como também não teceríamos aquela teia,
se não emprestássemos os fios da vida de cada um.
Existo em você, nos outros e em mim.
Nos limites, subverto a ordem, recrio aleatoriamente o mundo"


- Por isso digo levante-se desse silêncio,
Vista seu vestido vermelho, música preciso ouvir!

Sem comentários: