terça-feira, 13 de novembro de 2007

Bons tempos!

Ah! Este tempo que se foi...

Esta saudade doce de poder sair

correndo, livremente entre campos;

beijar as flores, ouvir os pássaros,

sem medos, sem destino percorrer lugares...

Olhar dentro dos olhos do amigo:

encontrar aconchego...

Abrir a porta de casa

e se deparar com uma rosa...

O correio a entregar a cartinha misteriosa,

cheia de paixão...

Ah! Tempo este de escolher,

cuidadosamente,

entre as frutas a maçã mais bonita

e, carinhosamente,

entregar à professorinha...

Tempo em que,

ao ver um animalzinho sofrido,

logo se adiantava em dar a ele um lar...

Tempo em que, ao atravessar a rua,

nada temia...

Ah! Tempo aquele em que,

logo após as refeições,

pais, filhos, juntos trocavam palavras,

conselhos, gestos de amor e carinho...

Ah! Doce tempo do pipoqueiro na pracinha,

do algodão doce, do biju,

com a catraca em minha porta;

com a pipoca feita às escondidas...

Ah! Tempo feliz, volta, vai...

Alguns podem achar tudo isto coisa de velho,

mas isto é alegria,

isto é recordação de um tempo,

que foi apagado em nome

de uma modernidade, da liberdade...

Mas estas não conseguem trazer de volta

a essência à pureza, a alegria deste tempo,

em que as coisas simples, pequenas mesmo,

eram importantes...

Traziam sorrisos, uniam pessoas,

solidificavam lares...

Ah! Volta, vai...

Volta, alegria ingênua!

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