Tu passas entre os continentes,
tua marca é feita nas faces,
em traços profundos;
em alguns, tanto que chegam
a assustar quem te vê.
A tua forma sempre a mesma:
vem e derrota tua vítima,
deixando um lastro de dor e tristeza...
Encara cada um de nós,
em nosso íntimo
e diz o quanto preocupas com teu vizinho;
com tuas roupas, ou com o supérfluo...
Aqui estou a vencer-te
e dizer-te: tu és incapaz.
Tua força vem das trevas, do egoísmo,
onde ninguém aprendeu a repartir;
tua maior aliada: a inconseqüência,
que faz com que vítimas sejam colocadas
a teu dispor, em dúzias,
sem pensamentos e sem planejamento.
Tu penetras em qualquer nação:
basta encontrar teu beco,
teu deserto, a ponte esquecida;
a calçada imunda, a viela escura...
Tua companhia: os roedores,
insetos, a sujeira, o mau cheiro...
Quem te usa: os falsos profetas.
Os governantes sem ética
fazem de ti bandeira;
mas logo adiante te sustentam,
pois sem ti deixam de ter
instrumento de engano
de corações ingênuos...
Mas existem teus opositores:
poucos, mas persistentes,
a levar as tuas vítimas
o consolo e a dignidade,
o alimento, a palavra, a orientação...
Os instrumentos estão disponíveis
para erradicar-te:
nos campos, na água,
na persistência, na escolha correta
dos governantes,
na caridade, na fraternidade...
A fonte maior de tudo: no amor !
Afinal, serás tu, FOME,
um dia, enfim, vencida?
Continuo a fazer minha parte,
na esperança de que outros
façam o mesmo,
para que um dia sejas
erradicada!
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