sábado, 17 de novembro de 2007

Como vencer-te?

Tu passas entre os continentes,

tua marca é feita nas faces,

em traços profundos;

em alguns, tanto que chegam

a assustar quem te vê.

A tua forma sempre a mesma:

vem e derrota tua vítima,

deixando um lastro de dor e tristeza...

Encara cada um de nós,

em nosso íntimo

e diz o quanto preocupas com teu vizinho;

com tuas roupas, ou com o supérfluo...

Aqui estou a vencer-te

e dizer-te: tu és incapaz.

Tua força vem das trevas, do egoísmo,

onde ninguém aprendeu a repartir;

tua maior aliada: a inconseqüência,

que faz com que vítimas sejam colocadas

a teu dispor, em dúzias,

sem pensamentos e sem planejamento.

Tu penetras em qualquer nação:

basta encontrar teu beco,

teu deserto, a ponte esquecida;

a calçada imunda, a viela escura...

Tua companhia: os roedores,

insetos, a sujeira, o mau cheiro...

Quem te usa: os falsos profetas.

Os governantes sem ética

fazem de ti bandeira;

mas logo adiante te sustentam,

pois sem ti deixam de ter

instrumento de engano

de corações ingênuos...

Mas existem teus opositores:

poucos, mas persistentes,

a levar as tuas vítimas

o consolo e a dignidade,

o alimento, a palavra, a orientação...

Os instrumentos estão disponíveis

para erradicar-te:

nos campos, na água,

na persistência, na escolha correta

dos governantes,

na caridade, na fraternidade...

A fonte maior de tudo: no amor !

Afinal, serás tu, FOME,

um dia, enfim, vencida?

Continuo a fazer minha parte,

na esperança de que outros

façam o mesmo,

para que um dia sejas

erradicada!

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