sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Reflexão XLII (inverno)

Meu pai dizia que o frio chegava a doer
Agasalhados, ele me levando pra escola.
Num distante passado, não posso esquecer
Doía as orelhas, as mãos, o nariz e a sola

O frio sempre me incomoda muito, atrapalha.
Tudo fica mais difícil: levantar, tomar banho
Vestir roupas pesadas, casaco de lã e malha
Pego gripe, coriza e acabo falando fanho.

Imagino aquele que vive no frio, coitado.
Graus abaixo de zero, uma friagem danada
Pra esse tipo de terra eu não fui moldado.

O bom do frio é o quente ar condicionado,
O conhaque e o corpo da mulher amada.
Debaixo das cobertas, uma lareira ao lado.

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