sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Todo dia é manhã

Você acorda no meio de uma tempestade
Olha de lado distraida
Alguem dorme encolhido
Longe do ódio do mundo
O rádio-relógio desperta
O locutor fala do trânsito

Você levanta e se espreguiça
Lava o rosto
Escova os dentes
Faz sua higiene matinal
E vai fazer café
A rotina manipula as atitudes

Você não sabe se canta ou se dança
Ontem no silêncio da noite
Ele se ajoelhou no meio das suas pernas
A tocou como um santo ou um demônio
O desejo de homem a fez flutuar no colchão
As pontes entre os universos se ligaram

Você por alguns minutos esqueceu de Deus
E não se arrepende de não pensar em nada
De agradecer a vida
O copo quente nas mãos
O pão com manteiga na mesa

A roupa limpa cheirosa
A saia passada
O brinco de prata
O colar no pescoço
O perfume de sempre
Todo dia é manhã

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