terça-feira, 15 de julho de 2008

Driblando a Adversidade

A capacidade do ser humano de superar adversidades é inacreditável. E certos exemplos nos levam a acreditar que o ser humano ainda não descobriu tudo de que é capaz.



Também nos servem de exemplos para nossas próprias vidas. Um desses é o pianista João Carlos Martins.



Começou a estudar piano aos 8 anos de idade. Após 9 meses de aula vencia, com louvor, o concurso da Sociedade Bach de São Paulo. Um prodígio.



Rapidamente ele desenvolveu uma carreira de pianista internacional. Tocou nas principais salas de concerto do mundo.



Dedicou-se à obra de Bach.



No auge da fama, sofreu um grande revés. Jogando futebol, sua outra paixão além da música, caiu sobre o próprio braço. O acidente o privou dos movimentos da mão.



Para qualquer pessoa, uma tragédia. Para ele, um desastre total. Mas não se deu por vencido.



Submeteu-se a cirurgias, dolorosas sessões de fisioterapia, injeções na palma da mão.



E voltou ao piano e às melhores salas de concerto. Com dor e com paixão.



Mas a persistência de Martins voltaria a ser testada. Anos depois, vítima de um assalto na Bulgária, foi violentamente agredido.



Como conseqüência, teve afetado o movimento de ambas as mãos.



Para recuperar as suas ferramentas de trabalho, voltou às salas de cirurgias e à fisioterapia.



Conseguiu voltar ao amado piano mais uma vez. Finalmente, em 2002, a seqüela das lesões venceu. A paralisia definitivamente dominou suas duas mãos.



Era o fim de um pianista.



Afastou-se do piano, não da sua grande paixão, a música.



Aos 63 anos de idade, ele foi estudar regência. Dois anos depois regeu a Orquestra Inglesa de Câmara, em Londres.



Em um concerto, em São Paulo, surpreendeu outra vez. Regeu a Nona Sinfonia de Beethoven, totalmente de cor.



Ele precisou decorar todas as notas da obra por ser incapaz de virar a página da partitura.



A platéia rompeu em aplausos.



Mas João Carlos Martins ainda tinha mais uma surpresa para o público, naquela noite.



Pediu que subissem um piano pelo elevador do palco. E, com apenas três dedos que lhe restaram, ele tocou uma peça de Bach.



A Ária da Quarta Corda foi originalmente escrita para violino. É uma peça musical em que o violinista usa apenas a corda sol para executar a bela melodia.



Bom, Martins a executou ao piano com três dedos.



E, embora não fosse a sua intenção, a impressão que ficou no ar é que todos os presentes se sentiram muito pequenos ante a grandeza de João Carlos Martins.



Como Martins, existem muitos exemplos.



Criaturas que têm danificado seu instrumento de trabalho e dão a volta por cima, não se entregando à adversidade.



Recordamos de Beethoven, compositor, perdendo a audição e, nem por isso deixando de compor.



De Helen Keller, cega, surda, muda se tornando a primeira pessoa com tripla deficiência a conseguir um título universitário.



Tornou-se oradora, porta-voz dos deficientes, escritora.



Pense nisso e não se deixe jamais abater porque a adversidade o abraça.



Pense: você a pode vencer. Vença-a.

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