Algumas vezes não penso
A realidade pode parecer absurda
Mas as vozes se calam no escuro
Como se ficassem assustadas
Com insetos e sombras
Divido o tempo em pedaços
Escolho onde devo olhar
Enquanto as mãos procuram no ar
O intocável sentimento
O vazio brinca com o coração
Palavras são lâminas afiadas
Cortam bocas e línguas
O sangue se mistura a saliva
O diafragma arrebenta o tédio
Lepidópteros colados em quadros
O relógio marca quase oito horas
Algumas pessoas usam digitais
Mas eu prefiro os ponteiros
Que giram inocentes
Sempre para a direita
Não sei a que veio
Esta história sem limiar
Cabe ao poeta terminar
O vínculo com o indeterminado
Antes que copo se esvazie
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