A fria amargura pesa nos ossos
Cria teias de aranhas armadeiras nos arbustos
Anda pelas ruas num sabado de novembro
A vozeria da multidão se perde na cidade de São Paulo
Passando pelo comercio da avenida Paulista
Sem prestar atenção no movimento das passeatas
Enquanto os caixas automáticos sorriem
Um office-boy carrega nas mãos uma carta
Sem perfume nem piedade
Então você largaria tudo
Se soubesse o que aconteceria
Depois do primeiro beijo
Sopro de Ariadne no coração
Do fim para o começo
Da estrada para o alpendre de casa
Deixaria que os fatos se desenrolassem
Sabendo que o passado não pode ser mudado
As palavras grudam como chiclete
De trás para frente
Ébrio entre uma linha e outra
Passos no vazio das letras
Da porta da geladeira para o sofá
Você escreveria um novo poema
Se sua paixão não fosse correspondida
Talvez o tempo ensine tudo errado
De baixo para cima
Olhando o teto deitado na cama
Nada é escrito apenas pensando
No desespero eterno
Na despedida sem esperança de retorno
O inverno cresce nos olhos
Na solidão que se sente
Formigas passeando na pia da cozinha
Quando alguém canta
A verdade não interessa
Fantasmas de nós mesmos
Os passarinhos voam
E bicam qualquer coisa no chão
Ninguém quer saber de você
domingo, 25 de novembro de 2007
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